Profissionais de saúde da região que atuam na atenção básica de Rio Bonito, Tanguá e Silva Jardim participaram de capacitação sobre prevenção, principais sintomas e tratamento da hanseníase, ministrada pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Drª. Maria Leide Oliveira. O curso faz parte da programação do Projeto Roda-Hans, veículo itinerante que ficou estacionado na Praça Fonseca Portela nesta sexta-feira (16), fazendo atendimento e exames gratuitos para combater a hanseníase. O evento contou com a presença da subsecretária de Saúde, Ana Célia D´Àvila, e da coordenadora do Programa de Combate a Hanseníase, Teresinha Vieira.
“Esse atendimento perto de casa foi muito bom. Aproveite a oportunidade para verificar o aparecimento de umas manchas pelo meu corpo, que coça muito. O médico me atendeu e disse que estava tudo bem e que não era nada grave”, garante o aposentado Gildo Nunes, de 85 anos, morador do Boqueirão que fez o exame de hanseníase pela primeira vez.
Encaminhamento – São cinco espaços para atendimentos clínicos, um espaço para realização de exames laboratoriais e outro para conscientizar a população sobre a doença. O objetivo da ação, que acontece em parceria com o Ministério da Saúde, é identificar casos da doença, capacitar profissionais e fornecer informações para diminuir e combater o preconceito associado à hanseníase. Os casos que deram positivos para a doença foram encaminhados para o Programa Municipal de Combate a Hanseníase, que funciona todos os dias no Ambulatório Municipal Manoel Loyola Filho, na Mangueirinha.
“Esse trabalho que capacitação que estamos realizando aqui é muito importante porque a hanseníase ainda é uma doença que tem muita desinformação, tanto para a população como entre os profissionais de saúde. Espero que a partir dessa campanha, nunca mais os profissionais de saúde deixem de fazer um teste de sensibilidade, deixem de palpar nervos ou deixem de valorizar sintomas de alteração de sensibilidade em áreas do corpo tendo manchas ou dor”, explica a médica e professora, Maia Leide Oliveira, que coordenou a capacitação dos residentes do 3° ano do curso de especialização em dermatologia da UFRJ e dos médicos que atuam na atenção básica nas unidades de saúde de municípios da região, sobre capacitação prática em hanseníase.
Atenção Básica – O projeto contou ainda com realização de consultas dermatológicas e disponibilização de uma equipe que capacitando os profissionais de saúde dos municípios visando o diagnóstico precoce e tratamento. Parte fundamental da iniciativa é a etapa de treinamentos de cerca de mil profissionais de atenção básica de todo o estado do Rio. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, dentistas, entre outros profissionais, participam das oficinas de capacitação oferecidas pela SES e pelo Ministério da Saúde e depois farão parte da equipe de atendimento, sob a supervisão de especialistas.
“Estamos fazendo essa capacitação oferecida pelo hospital do Fundão aqui em Rio Bonito, que é muito importante para que possamos fazer o diagnóstico cada vez mais precoce da hanseníase, e tratar esses pacientes antes que a doença evolua de uma forma bem significativa”, garante a médica Lorena Lourdes de Moura, que atua na UBS do bairro Fazenda Brasil, em Silva Jardim.
Um dos objetivos da capacitação é desconstruir conceitos praticados, muitas vezes, pelos profissionais da saúde, o que resulta em divulgação de mitos sobre a doença, incentivando o preconceito, e fazendo com que os pacientes não procurem o tratamento por causa da desinformação.
“Nós, profissionais de saúde, precisamos entender melhor à hanseníase. Questões simples como o acesso ao tratamento, e formas de prevenção, muitas vezes passam despercebidas. Através das informações que tive acesso hoje, vou poder orientar melhor a nossa população”, afirmou o Coordenador do Programa de Tuberculose e Hanseníase da cidade de Tanguá, Alfredo Marins.
Texto: Denilson Santos
Fotos: Galileu