Desde 2007 o projeto de equoterapia é referência na região e já atendeu cerca de 400 pessoas, ou praticantes, como são chamados os pacientes que fazem o tratamento. O projeto é desenvolvido no Complexo Agrícola, o Parque de Exposições, como é mais conhecido. Lá, adultos e crianças a partir de 2 anos fazem o tratamento em cima de cavalos que são treinados e dessensibilizados para a função. Na equipe há profissionais de psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, e equitador, que realizam a terapia somente com indicação médica. Nesse período de pandemia, os tratamentos estão acontecendo seguindo os protocolos de proteção. Os pacientes que tiveram autorização médica para retomar o tratamento, estão voltando gradativamente.
Depois de tantos anos ajudando na evolução das pessoas, as histórias de vitória e sucesso se avolumam. A psicóloga da equipe, Danuse Velazco lembra o caso de um menino de 4 anos que a evolução emocionou a todos. “Ele chegou aqui com queixa de muita agressividade em casa, a família dizia que era até difícil educá-lo. Três meses depois, ele já ficava em pé no cavalo segurando na mão da gente, super adaptado, sorrindo, beijando e abraçando a todos”, lembrou.
A fisioterapeuta Letícia Mello explica como funciona o tratamento, e conta que junto com outras terapias, o praticante tem uma boa evolução no quadro. “A equoterapia não substitui outras terapias, ela complementa, mas aqui a estrela é o cavalo, quem realiza a terapia é ele. E muitas pessoas perguntam o porquê do cavalo? Tem várias explicações. Uma delas é o andar do cavalo. Não é correndo, nem é trotando, é ao passo, ele imita a marcha humana”, explica Letícia.
Os cavalos usados na terapia são animais doados ao projeto e recebem um treinamento específico para realizar o tratamento. “É feito um trabalho de dessensibilização no animal para botar as pessoas em cima”, explica o equitador da equipe, Carlos Eduardo Cardoso.
Caso de sucesso
Um dos pacientes que está fazendo a equoterapia, é o Kauã de 7 anos, que possui paralisia do lado direito do corpo. Segundo sua mãe, Carla Gomes, em pouco mais de um ano de tratamento, já foi possível notar melhora em seus movimentos. Ela conta que descobriu sobre o projeto de Rio Bonito na Associação Fluminense de Reabilitação de Niterói, onde também se trata. “As terapeutas da AFR Niterói indicaram que seria muito bom para ele, (a equoterapia) faria com que ele se exercitasse mais. Graças a Deus depois que ele veio pra cá, tem se desenvolvido muito bem, a cada dia que passa é uma descoberta. E ele gosta muito de estar aqui com as meninas. Ele tinha dificuldade de abrir a mão do lado da paralisia, pra pegar um copo, por exemplo, agora, ele já exercita mais esse movimento”, conta a mãe do paciente.
Texto: Lívia Louzada
Foto: Galileu