O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) promoveu uma capacitação para os agentes comunitários de saúde em Rio Bonito, nesta quinta-feira (15), na Casa do Educador, na Mangueirinha. Essas ações fazem parte da campanha “Rio Livre da Hanseníase, realizada em parceria com a secretaria de Estado de Saúde (SES). O objetivo é diminuir a carga de hanseníase nas cidades com a ampliação do trabalho de descoberta de casos novos e a educação permanente para os profissionais da Atenção Primária à Saúde.
Além disso, o ministério quer fortalecer os centros de referência, reduzir a proporção de casos novos com grau 2 de incapacidade física (como garras em mãos e/ou pés e atrofia muscular), por meio do diagnóstico precoce e ações de prevenção de incapacidades, e enfrentar o estigma e discriminação contra as pessoas acometidas pela doença.
A hanseníase é doença crônica infecciosa que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, a mucosa do trato respiratório superior e os olhos. Pode causar incapacidades e deformidades físicas. A transmissão da bactéria Mycobacterium leprae se dá por meio das vias aéreas superiores. A enfermidade tem cura e o tratamento em estágio inicial evita deficiências.
Cenário preocupante – O Brasil é o país com o maior número de casos novos proporcionais de hanseníase no mundo. Em 2016, o país registrou 25.218 novos casos da doença, o que representa uma taxa de 12,23 novos casos a cada cem mil habitantes, acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, cenário que exige a ampliação dos esforços para controle e eliminação da doença. Para o Morhan, que atua há 36 anos no país, os principais obstáculos à eliminação da hanseníase são o preconceito, a falta de informação pública sobre a doença e o despreparo da rede de saúde para diagnosticar os casos precocemente.
Sinais e sintomas mais comuns da hanseníase:
• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
• Área de pele seca e com falta de suor.
• Área da pele com queda de pelos, mais especialmente nas sobrancelhas.
• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade de ao toque, calor ou dor).
• Sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés.
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
• Edema ou inchaço de mãos e pés.
• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
• Úlceras de pernas e pés.
• Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Hanseníase tem cura – As pessoas acometidas pela doença que, até a década de 80, eram excluídas do convívio social e condenadas ao confinamento em colônias, hoje têm o direito de receber remédios pelo SUS e se tratar em casa, com acompanhamento médico nas unidades básicas de saúde.
Texto: Denilson Santos
Fotos: Galileu